sexta-feira, outubro 29, 2004

Mais pedra da Gávea.

Tendo citado no post abaixo a Pedra da Gávea, volto para lhes dar duas referências para leitura sobre o local, com fotos etc.
O primeiro é um site de turismo no Parque Nacional da Tijuca.
O segundo é em Inglês, mas as imagens são excelentes, principalmente na parte que trata da lenda do túmulo fenício. Fica no Viewzone. Clique sobre os títulos e boa viagem!

quinta-feira, outubro 28, 2004

As coisas mudam...

Muito se diz sobre o 'aquecimento global' e seus efeitos. Se é uma mudança cíclica, como preparação para a muito provável nova Era Glacial - estas parecem ocorrer em ciclos de uns 11.000 anos - não há muito que a Humanidade possa fazer para evitar.
Se é uma consequência da agressão do Homem à natureza, ainda há tempo para corrigir, mas certamente muito pouco será feito, antes que seja tarde demais.
Pode parecer estranho falar em Era Glacial depois de um aquecimento em todo o globo terrestre, mas existe uma razão para isso: uma das consequências do aquecimento é a ocorrência de invernos cada vez mais rigorosos, além dos verões chuvosos. Parece que no fim, ganha o frio, pelo efeito do excesso de água evaporada e de partículas sólidas na atmosfera.
Entretanto, não devemos nos preocupar com algo que vai acontecer dentro de alguns milhares ou, pelo menos, algumas centenas de anos. Devemos apenas fazer a nossa parte na conservação da natureza - o que é muito pouco frente ao descaso das grandes corporações e dos governos das grandes potências econômicas. Não adianta, por exemplo, esperar que os EUA venham a diminuir seus níveis de emissão de poluentes, quando sua economia e o bem estar de seu povo dependem de um modelo industrial arcaico e pouco determinado a mudar. O quê dizer então da China. É mais de um quinto da população do mundo para alimentar e não há tempo para fazê-lo em condições menos agressivas ao meio-ambiente.
O único país de grande população que está preparando um modelo de desenvolvimento mais, digamos, ecológico é a Índia, embora isso lhes proporcione um progresso lento. Mas as bases religiosas do pensamento hindu proporcionam uma atitude positiva frente às adversidades naturais ou de qualquer outra origem. Seu devagar os levará certamente bem longe.
No cômputo geral, se somadas a União Européia, os EUA, China, Japão, as nações do sudeste asiático, e o que sobrou da União Soviética, veremos que muito pouco tem sido feito para evitar o que se apresenta como uma futura catástrofre mundial.
Um exemplo simples: todos sabem que o petróleo vai acabar (poucos sabem exatamente quando), mas as pesquisas para a substituição do petróleo por um tipo de combustível eficiente e limpo andam a passo de cágado. Há talvez uma preocupação maior em patentear processos e ganhar muito dinheiro com isso, do que apoioar financeiramente os diversos projetos em andamento.
No Brasil, guardam-se a sete chaves os segredos do desenvolvimento do bio-diesel, considerado uma solução que traria grandes lucros ao país. Sem falar na briga dos americanos para descobrir como nossos técnicos desenvolveram um método mais barato que o deles para enriquecer Urânio. A energia atômica, embora a mais perigosa e suja de todas as fontes em uso no planeta, ainda é de imensa importância, principalmente por permitir a fabricação de bombas.
Imagino quem será o último ser humano a contemplar com admiração um lugar como este:



Para ver a imagem no tamanho original, clique aqui

Finalmente, que motivo me leva a escrever sobre uma preocupação tão distante da realidade imediata, do meu dia-a-dia? Talvez seja uma tentativa de me desligar de algo que me atormenta nesse exato instante...

Outros Blogs...

Coceira de HTML. Acrescentando um link, digito hr em lugar de br. Ah! aparece uma linha. Já sei. Aproveito para acrescentar um comentário...
Vejam alí do lado, em Outros blogs.

quarta-feira, outubro 27, 2004

499, e contando!

Quando comecei a escrever em um blog, era Setembro de 2001 e chamei-o de Meu Bazar. Tinha em mente o colorido de um bazar oriental conforme descrito na poesia de Rimbaud, embora meu bazar fosse mais real e menos, digamos, "doidão".
Um bazar é por definição o lugar da divesidade. Artigos com todas as finalidades acumulam-se em infindáveis prateleiras e brilham em sua oferta despudorada: querem ser comprados por você.
Ano passado, mais exato: 21 de novembro de 2003, adicionei ao código da página um contador de visitas, ainda no Meu Bazar. Algum tempo depois, resolvi mudar para o novo padrão de páginas do Blogger, mas o preço da mudança foi a mudança de nome. Em lugar do velho bazar tinha que escolher um nome novo. Depois de muito matutar sem encontrar um nome que me agradasse, resolvi dar um tempo na escolha; daí o nome "Depois eu penso". Acostumei com o provisório, que se tornou definitivo.
São 56 posts, com 7960 palavras, 11 links para outras páginas, 118 visitas ao meu perfil e o contador a ponto de virar 500. É um bom número? Do meu ponto de vista é bastante satisfatório. A única estatística que espero mudar muito em breve é o número de posts por semana, menor que 1. É muito pouco comparado ao número de vezes que tive o impulso de escrever algo, mas deixei passar.
Talvez por um excesso de auto-crítica, mas sempre devemos ter alguma.

Ao próximo visitante: você é o número 500! Obrigado a você a todos os outros que me ajudaram a completar esse número. Espero a sua volta quando chegarmos a 1000.

Eclipses e deuses.

Logo mais, aos 44 minutos do novo dia, um eclipse total da Lua poderá ser observado em seu momento de ocultação máxima para os habitantes de algumas cidades das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Durante o último eclipse total da Lua, (ano passado, se não me falha a memória) tivemos oportunidade de observar a ocultação total aqui mesmo do Rio de Janeiro. É uma imagem para ficar na lembrança. Por volta de uma hora da madrugada lá estava eu, as costas apoiadas na grade da varanda do décimo terceiro andar, olhando a Lua 'a pino' escurecida por estar na penumbra projetada pela Terra. Esqueci até meu medo de altura...
O eclipse total da Lua ocorre sempre na Lua cheia, já que esta é uma condição sem a qual não haveria a passagem da Terra entre o Sol e o nosso satélite natural. Esta coincidência, bem como a sabida influência do ciclo lunar em diversos ciclos terrestres, tais como as marés, as colheitas e a menstruação feminina, (redundante, não?) é a causa de diversas crenças.
Os calendários antigos eram de costume lunares. A variação de datas do Carnaval - que se relaciona com as datas da Páscoa, por exemplo, deriva do fato de o calendário Judeu ser lunar e a comemoração da Páscoa estar ligada à primeira Lua Cheia da Primavera, no hemisfério norte. Como o conhecimento do sistema solar era incompleto, tornava-se mais fácil observar a Lua e seu ciclo constante e mais curto.
Daí para a instituição de deusas lunares foi um passo. Na Roma antiga era Luna ou Lucina. Selene ou Artemis para os gregos; Nut dos egípcios. Regia a moite e na Astrologia rege o signo de Câncer.

Uma boa leitura sobre a Lua e a Religião está em The Moon in Religion página da astrônoma amadora Cheryl Robertson.

E já que estamos falando de eclipse da Lua, que dizer então dos eclipses totais do Sol, quando a Lua se interpõe entre este e a Terra?

Vejamos:
'Em uma coincidência sem igual no sistema solar, o diâmetro do sol é 400 vezes o diâmetro da Lua, e a Lua está aproximadamente 400 vezes mais próxima da Terra que o sol. Essa combinação permite que a Lua cubra com bastante exatidão o disco do Sol, ao passar entre este e a Terra. Se o diâmetro da Lua fosse uns duzentos e vinte quilômetros menor, a ocultação total não ocorreria e jamais se poderia observar a coroa solar durante um eclipse.'- De um artigo na National Geographic Magazine, sobre o eclipse total do Sol, ocorrido em 11 de julho de 1991.


Há quem veja nessa "coincidência" a mão de Deus. Teriam sido tais proporções criadas para nos mostrar que alguém nos observa? O certo é que a Ciência bem feita só tende a nos aproximar do conceito de um Deus em tudo superior aos nossos limitados esforços para entender por completo o Universo.

"Durante um eclipse total do Sol, há um período máximo de ocultação durante o qual a Lua fica diretamente sobre o disco solar - dependendo do ponto de vista do observador.
Nesse momento, o círculo negro da Lua, rodeado pela coroa solar, apresenta uma semelhança surpreendente com um majestoso olho a mirar lá dos céus o nosso planeta Terra. O contorno escurecido da Lua, ocultando o disco brilhante do Sol, forma a pupila desse olho celeste, enquanto o halo etéreo, formado pela miríade de raios e faixas de luz, afastando-se do disco negro, assemelha-se, vivamente, à íris de um olho. Sabendo que a pupila do olho é basicamente um buraco através do qual a luz passa em direção aos cones e bastonetes da retina, não devemos nos surpreender por descobrir que a Lua enegrecida observada durante o eclipse seja, ao menos como metáfora, comparada a um 'buraco no céu'."



Magnífica ilustração em cores do eclipse total do Sol em 7 de agosto de 1869, por W. S. Gilman.

Uma das consequências dessa semelhança, parece ser a representação do eclipse como um grande pássaro do Sol, presente nas culturas Azteca, Maia, Inca e Egípcia. Não por coincidência - creio eu - o Sol teve status de divindade nessas culturas. Além do que, não podemos negar o adiantado estado do conhecimento acumulado por esses povos. Ou seja, aliada à religião a ciência desses povos obteve significativos avanços pela observação dos fenômenos naturais.

Hoje, temos acesso à informação e ao conhecimento adquirido ao longo de séculos de pesquisas e observações de homens como Galileu, Newton, Hubble, ou Einstein (para ficar em poucos exemplos) e um fenômeno como o eclipse total do Sol, ou da Lua, pode ser compreendido e observado sem arrepios de medo ou apreensão.
Não há, aparentemente, deuses ou espíritos ocultos a nos espreitar por trás da escuridão.

Entretanto, imaginem como os observadores da Antiguidade (que acreditavam em uma Tera plana e mal começavam a observar os movimentos dos planetas entre as estrelas) deviam encarar um grande olho a observá-los do alto de um céu escurecido em pleno dia! Apavorante,não?

Obs: imagem e citações do site de Mr. Robin Edgar Eye of God.

domingo, outubro 24, 2004

F1, Rubinho e o botãozinho.

Ainda não acompanhei a 'repercussão' - como costumam dizer os repórteres esportivos - da corrida de hoje. "Mas, de uma coisa posso ter certeza:" (*) o terceiro lugar de Rubinho deve ser considerado um ótimo resultado. Nas duas vezes em que completou o GP do Brasil foi quarto (em 1994) e terceiro, i. é, marcou pontos. E hoje acabou com a maldição da quebra, ou do botãozinho, como querem alguns, que o fez abandonar os últimos nove GPs do Brasil.
O que é o botãozinho? Explico para quem não está afeito ao esporte. Há uma lenda, segundo a qual, existiria um botão, em um equipamento de telemetria (medições à distância) que possibilitaria ao Ross Brawn - estrategista da equipe Ferrari - determinar um "defeito" no carro do Rubinho, fazendo-o parar durante a corrida. No ano passado, por exemplo, o botãozinho teria sido responsável pela falta de combustível, quando Barrichello liderava a corrida faltando apenas oito voltas para o final.
Com o resultado deste domingo, está mais do que provada a inexistência do tal botão, ou pelo menos que o Mr. Brawn nem sempre aperta o dito cujo. Ou, se apertou, o botão falhou... ou se ao invés de apertar o botão ele deu um CTRL-ALT-DEL... ou se ele estava cochilando e errou de botão... ou se estava apenas imaginando como a Gisélia Bucha ia fazer para levantar o pau da bandeira quadriculada... ou...

(*) frase de: Lupiscínio Rodrigues.

Domingos...

Hoje será disputado em São Paulo o último GP de Fórmula Um do ano. Com Rubinho Barrichello na pole, a possibilidade de vitória é grande. Espero que a maldição de não terminar um GP do Brasil há exatos dez anos seja quebrada hoje.
Mas eu quero falar dos próximos domingos. O Campeonato Brasileiro de Futebol está terminando, a F1 só volta ano que vem, o horário de verão está chegando: acho que está na hora de limpar os molinetes, colocar o velho calção de banho para arejar ao sol e me preparar para tostar o esqueleto durante os próximos dois meses.
Sem deixar de escrever um pouco, não é verdade?

O Aurélio e o Blog.

Sempre que escrevo para o blog, tenho um certo cuidado para não cometer aqueles pequenos erros comuns em nossa descuidada linguagem coloquial - a que usamos no dia a dia. É uma questão de credibilidade; pequenos erros de ortografia, de concordância ou um termo usado de modo equivocado arrasam com a confiança de quem lê. É simples: se quem escreve comete erros de forma, como podemos confiar no conteúdo?
Também sou leitor e sei muito bem o quanto um desses deslizes afeta nossa relação com o texto e seu autor.
Por outro lado, as janelas de edição não contam com o recurso da auto-correção, que salva tanta gente no Word, por exemplo. Por isso, é necessário ter sempre à mão uma ferramenta confiável para nossas consultas e pequenas pesquisas. Há edições digitais dos melhores dicionários e enciclopédias. Basta manter o seu dicionário digital abeto em outra janela e as consultas podem ser feitas com uns poucos cliques (ou usando ALT+TAB).
Venho de um tempo em que digitais eram apenas as impressões deixadas pelos nossos dedos. Por isso, embora tenha um Michaelis instalado no micro, gosto de consultar o velho e pesado Aurélio, cuja presença na estante aqui em frente me dá uma sensação de segurança bastante confortável.

Gerundismo, Não!

No final do ano passado, recebi o texto abaixo com autoria atribuída a Ricardo Freire.

"Em 2004, gerundismo zero!
As reformas passaram. Os juros começaram a cair. A indústria voltou a contratar. As vendas melhoraram um pouquinho. Já dá para comemorar? Não. Existe um grande perigo por trás de tudo isso. O quê? Não, não é a volta da inflação. Refiro-me à bolha do gerundismo.
Pense bem: quanto maior é a atividade econômica, mais negócios são fechados. Mais telefonemas são dados. Como conseqüência, mais gente tem a oportunidade de dizer coisas como: 'Nós vamos estar analisando os seus dados e vamos estar dando um retorno assim que possível'. Ou: 'Pra sua encomenda tá podendo tá sendo entregue, o senhor precisa tá deixando o nome de uma pessoa pra tá recebendo pelo senhor'.
Pára! Pára tudo! Não é para isso que a gente se sacrificou este ano inteiro. Crescimento, sim. Gerundismo, não! Mais do que nunca, precisamos nos mobilizar. Cada um de nós deve ser um agente sanitário eternamente a postos para exterminar essa terrível praga que se propaga pelo ar, pelas ondas de TV e pelas redes telefônicas.

E só existe uma forma de descontaminar um gerundista crônico: corrigindo o coitado. Na chincha(*). Com educação, claro. Por incrível que pareça, ninguém usa o gerundismo para irritar. Quando a teleatendente diz 'O senhor pode estar aguardando na linha, que eu vou estar transferindo a sua ligação', ela pensa que está falando bonito. Por sinal, ela não entende por que 'eu vou estar transferindo' é errado e 'ela está falando bonito' é certo. O que só aumenta a nossa responsabilidade como vigilantes e educadores.
O importante é nunca deixar barato. Se alguém vier com gerundismo para cima de você, respire fundo - e eduque a criatura. 'Não, eu não posso TÁ ASSINANDO aqui. Mas, se você quiser, eu posso ASSINAR aqui, com o maior prazer.' 'Não, minha filha. Eu não vou TÁ EXPERIMENTANDO nada em provador nenhum. Eu vou é trocar de loja!'
Se você tiver habilidades de professor, pode ir mais fundo: 'Desculpa. Não é 'a gente pode tá liberando o seu carro no sábado'. Você não deve usar nunca o verbo estar, no infinitivo, combinado com um verbo no gerúndio. O certo é 'a gente pode liberar o seu carro no sábado'. Entendeu?' O sujeito vai continuar sem entender nada, e depois dessa provavelmente o seu carro nem fique pronto no sábado - mas é um preço que vale a pena pagar por uma sociedade sem gerundismo.
Toda atenção é pouca. Nesse período de tolerância zero com o gerundismo, precisamos evitar até mesmo os casos em que o 'vou estar fazendo' esteja certo. Por exemplo: em vez de dizer 'Não ligue agora para o seu tio, porque ele deve estar jantando' - o que é perfeitamente correto -, diga: 'Não ligue agora para o seu tio, porque é hora do jantar'.
O governo poderia fazer de 2004 o Ano Oficial de Combate ao Gerundismo. Um bom começo seria proibir o gerundismo em todas as declarações do Executivo (presidente: metáfora, tudo bem. Gerundismo, não!). Gerundismo poderia dar pontos na carteira de motorista. Poderia aumentar a alíquota do Imposto de Renda do infrator. As universidades públicas poderiam inovar o sistema de cotas. Que tal: 100% das vagas para não-gerundistas?!!
Ainda estamos longe da erradicação do analfabetismo. Mas o fim do gerundismo só depende de nós. Não vamos nos dispersar!"


Como a praga do gerundismo continua a assolar nossos ouvidos, seja na TV, seja ao telefone, quero pedir encarecidamente aos heróicos visitantes desse blog um esforço para que em 2005 consigamos diminuir - já que parece impossível erradicar - a nefanda prática, simplesmente nos recusando a ouvir pessoas que usem tal linguajar.

(*) chincha - barco de pesca; pequena rede de arrasto. Que me perdoe o caro R. Freire, o termo aqui deveria ser cincha, faixa de couro que passa sob a barriga da montaria e serve para prender a sela. No sentido figurado do texto: aperto.

sábado, outubro 23, 2004

Ralouín e o Brazilian English

Passo em frente à nova loja de artigos para festas e lá está a máscara de uma bruxa à moda dos desenhos de Walt Disney. É o Ralouín, versão brasileira do Dia das Bruxas, comemorado em 31 de Outubro pelos norteamericanos. Não tem nada a ver com as nossas tradições, herdadas de modo geral da Europa e África. Mas brasileiro é assim mesmo: adora imitar, talvez para se sentir mais igual aos nossos "irmãozinhos" do Norte. Já temos o natal com algodão imitando neve, e temos uma instituição ainda mais interessante: o Brazilian English, ou seja, o Inglês com pronúncia brasileira.
Aqui pronunciamos: ralouín, cáuntri clúbi, sófter, resséti e deléti, entre outros exemplos. Uma lista mais completa está em preparo e vou colocá-la aqui durante a semana.
Todo tupiniquim que se preza entra, pelo menos uma vez na vida, em um curso de Inglês. Aprende um pouquinho do verbo To Be, algumas esparsas palavras do vocabulário anglo-saxão, e desiste aí pelo segundo ou terceiro período, ao descobrir que falar uma segunda língua envolve um esforço apreciável, mesmo quando se tem o "dom" de aprender idiomas. E coloco o dom entre aspas por não acreditar que exista realmente essa habilidade inata. A habilidade de aprender, seja uma língua estrangeira, seja Matemática, pode ser desenvolvida, desde que se tenha vontade, perseverança e... tempo.
O sujeito que passa os anos de primeiro e segundo graus enrolando os pais e os professores em busca de pontinhos extras, acaba se tornando um semi-analfabeto diplomado. Se tiver um pouquinho de lábia, vai ser político e enganar outros despreparados. Já que só aprendeu a enganar, faz disso uma profissão. E como é apenas meio aculturado, merece mais é comemorar o Ralouín.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Colando...

Faz tempo, na coluna do Sergio Maggi - caderno de Informática d'O gLobo - tinha um link para a página de um cara que criava imagens em um scanner usando pequenos retalhos de papéis, ou plástico encontrados na rua.
Quando comprei o scanner, já tem uns dois anos, andei testando as possibilidades do novo brinquedo. Entre as criações da época estão minha mini carteira de identidade (reduzida a um tamanho menor que um cartão de crédito) e algumas montagens. Taí um exemplo, feito com pétalas da flor de flamboyant.


É uma boa distração pros dias de chuva...

Leda e o Pincel.

Nosso vizinho e artista plástico B.(de Benedito) de Paula, o "Profesor", me avisa que vai aparecer na TV Rio. É um canal de WebTV, com uma telinha animada onde a programação rola. Coisa interessante, pode ser útil se bem usada.
O programa é da Leda Prado, que os caros visitantes deste blog devem desconhecer tanto quanto eu, e corre na maior animação. Lá está o de Paula explicando seu projeto do Choro Pintado, e pronto para iniciar, ao som de um chorinho, a execução de uma pintura ao vivo - mesmo porque morto não pinta, quando a apresentadora, no pique da empolgação sai com a seguinte pérola:
- Então Benedito, já está pronto para mostrar o balanço do seu pincel?
A gargalhada da patroa aqui do meu lado não me deixou ouvir o resto.

FAQ's

FAQ's são Perguntas Feitas com Frequência (ou Frequently Asked Questions). A idéia é reunir de maneira organizada, em uma só página, as perguntas mais frequentes sobre um determinado assunto. Esse costume evoluiu para uma previsão das perguntas mais prováveis e depois para uma lista das coisas que o dono da página gostaria de ser perguntado. Nas páginas das operadoras de telefonia, por exemplo, é assim: as FAQ são apenas as que os usuários "deveriam" fazer.
Hoje resolvi fazer um inventário das FAQ's que Eu tenho de responder, é claro, com frequência:
1 - Você quer o aipim assim só cozidinho, ou quer que eu frite?
R - Quero cozido.
2 - Mas fritinho fica melhor, não?
R - Então faz como quiser.
3 - Quando você parar de brincar aí, dá para pegar "aquela" receita?
R - Já peguei "aquela" receita. E já imprimi.
4 - Mas, o nome era esse mesmo?
R - Era. Aquele apelido que você pôs nela nem existe.
5 - A que horas você vai na rua para mim?
R - Assim que eu terminar aqui.
6 - E isso aí tem hora de terminar?
R - Tem sim, já estou desligando essa p#**@.
7 - Precisa ficar nervoso?
R - Não. Eu não fico nervoso. Eu sou assim o tempo todo.
8 - Nessa TV só passa esporte?
R - Não. Passa também todos aqueles filmes que eu digo que já vi e todas aquelas notícias que eu digo que já ouvi.
9 - Como é que você sabe nome de tanto artista de cinema?
R - Porque só assisto futebol quando eles estão jogando...
10 - Posso desligar? É que eu tô com sono...
R - Claro que pode. Não vê que eu tô dormindo?

segunda-feira, outubro 04, 2004

Eleições e consciências...

Acabou rápido. Nocaute no primeiro round e estamos livres do segundo turno. Imagino o dilema de escolher entre o César Nada e o bicho Crivella.

Passado o momento, fica uma sensação de desconforto causado por uma mensagem que circulou na semana passada. Exortava os cariocas a votar logo no candidato melhor colocado nas pesquisas (sempre as infames..), para provocar o resultado no primeiro turno e salvar o feriadão de um segundo turno, que seria no domingo, 31. Tamanha besteira (se me permitem o termo) teria melhor efeito se todos os que espalharam a mensagem tivessem o bom senso de viajar no feriadão e nunca mais voltar pro Rio. (Aliás, bem de acordo com suas idéias, o feriado prolongado só serve mesmo para fugir um pouco da cidade onde os maus administradores, à custa de péssimos eleitores, deixaram o caos se instalar.)

Espanta ainda mais haver entre os divulgadores da idéia (de jerico!!) pessoas cujo nível intelectual sempre me pareceu acima da média.

Argumentar que as pesquisas indicavam uma vitória do CM no segundo turno e pour cause seria melhor abreviar o calendário, além de fazer economia, nos leva a pensar mais adiante um pouquinho: por que então não fazer logo uma economia completa e dar a eleição como vencida, com base apenas nas infalíveis pesquisas, sem primeiro turno, aproveitar mais um domingo (para olhar a chuva pela janela) e esquecer esse negócio de política de uma vez.

Sempre pensei que meu voto servisse para mostrar que, embora o vencedor da eleição seja outro, o meu candidato teve representação. Sei ainda, muito bem, que o voto não muda nada. Mas fazer da administração de uma cidade como o Rio de Janeiro uma questão de viajar ou não durante um feriado prolongado é jogar a própria consciência no ralo.