quinta-feira, novembro 30, 2006

Vai dar PT

Claro que o título acima não tem muito a ver com política. Foi apenas uma frase do motorista no reboque que me transportava para a oficina - juntamente com o Uno aí da foto. Ele queria dizer que daria perda total. E foi isso mesmo. Mas nada chateia mais do que ter tomado todos os cuidados para entrar naquela curva e ainda assim sentir o carro rodar e depois dar uma cambalhota completa, na maior câmera lenta. Mais estranho ainda foi sair pelo lugar onde ficava o pára-brisa, sem ter sofrido um arranhão, mas com o orgulho completamente destroçado.

Aliás, deve ser assim também com o presidente Lula: sair da reeleição com a impressão de que seu partido - o PT - pode acabar em perda total.

Falando sério: o acidente foi na curva próxima ao Hospital Cardoso Fontes, na descida da Grajaú-Jacarepaguá. Fui o quarto ou quinto, naquele dia, a ter problemas com a pista molhada e suja de óleo.
Não sei se a manutenção da estrada é da prefeitura ou do estado, só sei que aqui na minha rua passam caminhões de aterro - são pelo menos uns vinte deles - trabalhando das sete da manhã às cinco da tarde no desmonte de um morro lá no fim da Covanca. Como aqui a obra é da Prefeitura, qualquer buraco causado pelo tráfego pesado e intenso é tapado em menos de três dias; todas as noites passa um caminhão-pipa da prefeitura lavando os restos do barro e óleo deixados pelos caminhões. Aliás, acaba de passar, lavando a sujeira dos caminhões, mesmo com o tempo chuvoso.
Será que não dava para esse caminhão-pipa fazer uma limpeza na Grajaú-Jacarepaguá?? Pelo menos de três em três dias já ajudava.
Talvez, como é de costume nessa terra de Pindorama, só se tome alguma providência no dia em que um acidente encha o Hospital com vítimas. Ou quem sabe se um amigo riquinho do prefeito der uma rodada feia por ali e depois reclame com ele.
Por enquanto, a solução é não passar por ali em dias de chuva.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Barreiras Globais

Você por certo já ouviu falar no rádio, ou viu na TV, as barreiras que dois dos países mais odiados no mundo vêm construindo em duas de suas fronteiras. De um lado, Israel constrói um vergonhoso muro com o intuito de barrar o acesso dos palestinos aos seus territórios - alguns destes Israel tomou pelas armas aos mesmos palestinos. O argumento é a proteção contra o terrorismo dos homens e mulheres-bombas.

Mas jogar foguetes uns nos outros, por cima do tal muro, pode.

Do outro lado do Atlântico, são os norteamericanos de Bush que iniciam a construção de uma cerca eletrificada ao longo da fronteira com o México. Alegam que essa seria a melhor maneira de evitar a invasão dos ilegais - um problema criado certamente pela política econômica dos próprios EUA. Se não, vejamos. Os EUA insistiram com todos os argumentos e pressões para que o México viesse a fazer parte da ALCA. O livre comércio entre os dois países - EUA e México - traria grandes vantagens aos vizinhos pobres ao Sul do Rio Grande. Mas como em todas as vezes em que o pobre se mete a fazer negócios com o rico, o controle final fica nas mãos de quem tem mais dinheiro. Exemplo: é tradição o patrão dizer qual vai ser o salário do empregado e se esse não estiver satisfeito tem um desempregado logo ali na esquina, esperando a vaga.
Como seria de esperar, logo que os empresários dos EUA se viram às voltas com uma mais acirrada concorrência dos países asiáticos, trataram de buscar na mesma Ásia a mão de obra mais barata - quase escrava, diga-se de passagem - que os mexicanos já não podiam oferecer. Lá se vão os investimentos e lá se vai o trabalho. Como a ALCA ainda existe e o México ainda faz parte dela, não há muito que eles possam fazer. Mas, o povo que não é bobo, vislumbrou uma compensação, através de um aumento da emigração ilegal para o lado onde o trabalhador - mesmo o de menor qualificação profissional - tem mais chance de ganhar um salário digno. Há muito tempo os ilegais já vêm atravessando a fronteira para o Norte, mas nos últimos anos o fluxo aumentou bastante. Só não acho que uma cerca vá resolver o problema.

Nos tempos do Muro de Berlim, achávamos uma vergonha dividir uma cidade daquele jeito, separando até membros de uma mesma família, de modo arbitrário e ditatorial.

Hoje, a moda econômica é a globalização. Só que, ao invés de tornar melhor a economia dos países menos ricos, a globalização parece ter sido imaginada como um meio de concentrar mais ainda a riqueza nas grandes potências econômicas.

E o pior de tudo é que ninguém parece inclinado a chamar a tal cerca dos gringos de 'Cerca da Vergonha'.

Aliás, os governantes de ambos os países devem ter sido péssimos alunos de História. Construir muros para evitar invasões já não dá certo desde muitos séculos: os chineses que o digam.

Arrepiante

Na primeira página do jornal de hoje: o novo governador abraçado ao alcaide-mor. Comemoram um acordo para 'administrar' a cidade. Não sei, não!

Alguém aí pensou em hienas??!! Faz isso com as bichinhas não.

domingo, novembro 12, 2006

Grand Prix dos Corruptos

Deu no Grand Prix: a organização Transparência Internacional publicou o ranking das nações onde a corrupção torna os negócios menos recomendados. Em primeiro lugar de confiabilidade estão a Finlândia, Islândia e Nova Zelândia. Em último - entre os 163 países ranqueados - o Haiti.
Entre os dezesseis países que sediaram grandes prêmios de Fórmula Um neste ano, o Brasil ocupa o último lugar, juntamente com a China e estão ambos em septuagésimo (70o) no geral.
Algo que a pesquisa não mostra - e o site estranhou - é a posição do Principado de Mônaco, que simplesmente não aparece na lista.
Ora, sabemos muito bem que não existe país sem corrupção; donde temos duas opções: ou Mônaco é hors concours (Para cima ou para baixo?), ou a Transparência Internacional não quer ser tão transparente assim.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Um Perfeito Nada

Deu no Grand Prix: O Campeão de Fórmula Um Nigel Mansell teve sua intenção de construir 'melhorias' no kartódromo de Dunkeswell barrada pelo conselho local - East Devon Council - com base no impacto ambiental da obra. Alegam os conselheiros que a construção de um edifício no local poluiria com luz uma região onde a beleza noturna do ambiente é notável. Mansell pode recorrer, mas os conselheiros afirmam que 'a luta continua'. Diga-se de passagem que Dunkeswell é uma pequena cidade em um condado - equivale mais ou menos a uma província - no sudoeste da Inglaterra.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro - que deveria 'continuar lindo' - o Alcaide-Mor, supostamente aprovado pelo eleitorado que o sufragou nas urnas, faz leilão com a beleza dos lugares e aproveita o Pan 2007 para poluir a Baía da Guanabara com um Shopping na Marina da Glória.
Sem falar na destruição do Autódromo Nelson Piquet - entregue a um grupo para espoliação pelos próximos vinte anos - obviamente com uma cláusula de prorrogação.
Quer dizer, o imbecil do César Nada vai morrer e deixar sua 'obra' para a posteridade. Não dá para desconfiar que o Perfeito Nada está levando algum??!!

Se existe o Conselho Municipal da Vergonha Pública, manifeste-se.

sábado, novembro 04, 2006

As coisas mudam

Depois do segundo turno, candidatos derrotados a juntar os cacos e reunir ânimo para um ano-novo cheio de denuncismo em busca de novos escândalos. Afinal, não é assim a política nacional?!
Aproveito a véspera do feriadão para curtir u'a manhã de sol lá na Barra de Guaratiba.
Fazia tempo. Agora, a praia fica cheia de barracas - concorrência com os quiosques oficiais; além de guardadores da CET-Rio e guardas municipais de trânsito, faturando na indústria de multas da Prefeitura.
Um dos barraqueiros confidencia que já não é a mesma coisa por aquelas bandas. Faz algum tempo, foram ele e mais três amigos pescar embarcados - traineira alugada - noite a fora lá no parcel. De manhã, surpresa: todos os carros que ficaram na rua da praia - inclusive o dele e os dos amigos - tinham sido roubados.
Polícia só de trânsito e de dia para faturar em cima do cidadão. À noite, a terra é de ninguém.