a ironia do voto
Algumas mentes que se dizem brilhantes
passaram os últimos anos criticando o Plano de Poder das Esquerdas,
segundo esses sabichões, personificado em Lula e o PT. Falavam (e ainda
usam esse argumento) no perigo do comunismo, na transformação do Brasil
em uma Venezuela. Os fatos desmentem.
Depois de quatorze anos de governos petistas, o golpe foi do Centrão aliado à direita, com o impeachment da Dilma.
Os
mesmos que apoiaram o golpe destruíram depois a capacidade de governar
do Temer, ao cobrar impiedosamente as compensações pela cumplicidade. Na verdade, Temer não foi o maior beneficiado com o golpe.
Fraco moralmente, envolvido em delações dos irmãos Joesley e Wesley
Batista (JBF comprando o vice de Dilma), Temer pagou a conta do golpe
com uma recessão da economia e um desemprego recorde.
Se o perigo de golpe com instauração de uma ditadura não era da esquerda, de quem seria?
Nesse domingo, é muito provável que o eleitor brasileiro coloque os
militares de novo no poder; dessa vez pelo voto legítimo, embora a
campanha do provável vencedor seja a mais sórdida em todos os tempos.
Há
perigo de uma nova ditadura? Ao menos, o provável futuro
vice-presidente já falou em auto-golpe, embora o provável futuro
presidente tenha fingido uma cândida ignorância, dizendo que não
entendeu o que o seu vice quia dizer com isso.
Se sim, ou se não, saberemos em 2019.
Só na terra de Pidorama...