sexta-feira, agosto 05, 2011

falta do que fazer

O que abunda não sobeja.
A frase é uma brincadeira antiga com o cacófato, junção dos sons de duas sílabas que resulta desagradável ou mesmo obscena. Além do mais, a ideia carece de verificação prática. Se não, vejamos: abundar, ter em grande quantidade, guarda certa semelhança com sobejar, verbo de origem controversa, cujo significado é ter de sobra. Aqui cabem agradecimentos ao mestre Bechara e seu Minidicionário da Língua Portuguesa.
Um exemplo prático pode ser tirado da abundância de guardas municipais na nossa cidade maravilhosa (?), apitando as mudanças dos sinais – alguns querem que sejam semáforos – mas principalmente escrevendo multas em cada esquina onde se olhe. Dessa abundância de multas poderíamos deduzir que o tesouro municipal sobejaria dinheiro; mas é aí que a porca torce o rabo (assunto para outro dia). Posto que na visão dos nossos políticos o dinheiro nunca sobra. Muito pelo contrário... Bom exemplo: o dos nossos deputados a se mimarem com um reajuste de sessenta e nove por cento para a legislatura que se inicia. Será que há sobejos no tesouro federal para suprir essa demanda? Acrescendo os aumentos de inúmeros outros cargos que vão na esteira dessa decisão. Alguém vai corrigir: os deputados aprovam aumentos para aqueloutros e o aumento deles, deputados, é que vai na esteira dos outros. Mero detalhe das nossas rebuscadas e mal explicadas leis.
Assim, fica claro que a abundância nem sempre cria sobras. Antes parece criar mais ganância. E o dinheiro nunca sobra.
Ah! a bunda e o beijo, meu bem? É uma outra história; mas posso contá-la quando as crianças não estiverem na sala.

Marcadores: ,

espertos

Da série definições definitivas: espertomazoide: O espermatozoide mais esperto. Aquele que ganhou a corrida; eu, você, o Lula, o Tiririca, Albert Einstein, Madre Teresa. A esperteza tem muitas faces.

Marcadores: