quarta-feira, maio 14, 2008

As coisas mudam

Faz um bom tempo, em um típico Dia das Mães lá pelos anos setenta, reuníamos irmãos, noras, netos em um grande almoço na casa dos meus pais e havia muito barulho na conversa em redor da mesa. Depois do almoço, ouvíamos música, ou assistíamos à TV que já começava a ter cores. Telefone só haviam os fixos da Telerj ou Cetel e difíceis de adquirir, pois o governo não investia na expansão da rede e as linhas eram caras. Comunicação sem fio era coisa de radioamadores com seus PY em voz ou o velho Morse. O grande amigo de todos os dias era o rádio. Eu ouvia muito a falecida Rádio Tamoio AM, uma espécie de Antena Um da época com seu lema: "Música, exclusivamente música". Esse lema chegou a ser tão popular quanto o da Rádio Relógio Federal: "Cada minuto é um milagre que não se repete".
Vida que segue e no último domingo - Dia das Mães - estava eu na casa de uma da minhas filhas e fiquei a observar em dado momento os três - ela, a irmã e o irmão mais velhos a trocar imagens, toques musicais e pequenos clips entre seus celulares, usando tecnologia Bluetooth. Todos achando muito comum ter celular, usar computador diariamente, trocar recados pelo orkut, etc...
Fiquei ali pensando no tempo em que o telefone de casa era uma linha compartilhada, comprada a prestações que nunca terminavam, a TV a cores tinha ainda um daqueles seletores de canais giratórios e meu computador era um TK-85 da Microdigital, com 10 kbytes de ROM e 16 kbytes de RAM. Foi onde aprendi alguma coisa de Basic e tomei gosto por essas maravilhosas máquinas. Ter um bichinho daqueles era então muito raro, mas eu já previa um desenvolvimento muito grande dos computadores pessoais e aproveitei a oportunidade de aprender algo mais sobre eles.

As coisas mudam... e se você ficar parado o mundo te atropela.

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