sexta-feira, setembro 30, 2016

ad nauseam

Em um grupo de Whatsapp recebi a seguinte pergunta de um amigo de longa data:

"Palácios existentes com moradores mandatários que governam um povo é sinal de república ou monarquia?"

Certamente, a pergunta é uma provocação com referência aos nossos governantes e à situação política às vésperas de eleições municipais.

Não me lembro de ter escrevinhado nesse espaço algo que se referisse diretamente à política ou a políticos, já que tenho por norma evitar discussões sobre política, futebol e religião.

Entretanto, vou deixar aqui registrada a curta reflexão que fiz em minha resposta.

O uso da denominação 'palácio' é costume de países onde houve monarquias antes do sistema republicano.
Nos EUA, por exemplo, a residência oficial é a Casa Branca. Na Argentina, a Casa Rosada é a sede do governo central.

No tempo em que o Rio foi capital federal, os presidentes governavam a partir do palácio do Catete. A sede do governo estadual é o palácio Guanabara.

Não sei se existe relação entre as duas coisas, mas alguns de nossos governantes acabam por confundir suas condições de ocupantes de cargo eletivo cujos mandatos são finitos com o poder imperial dos antigos monarcas.

Nas cidades do interior, costuma haver verdadeiros feudos político-eleitorais, nos quais a descendência e a hereditariedade determinam quem tem direito sobre os votos dos eleitores. Ora, o feudo é domínio social típico da Idade Média. O poder no feudo era exercido por um senhor que ali representava a autoridade do monarca, assim como nos currais eleitorais um dono cuida dos interesses dos caciques de seu partido, enquanto garante a sucessão de sua própria linhagem.

Isso tudo nos leva a uma conclusão, não muito otimista, de que os homens mudam pouco, apesar do progresso técnico. E também de que, infelizmente, a História tem o péssimo hábito de se repetir, principalmente nos seus maus momentos.

P. S.: revendo esse post e o anterior, vejo que já fiz referência a políticos. Incidentalmente, trata-se de um texto que divulguei no mesmo grupo de Whatsapp. Memória recente não tem sido minha melhor amiga.
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sábado, setembro 17, 2016

talvez ainda tenha jeito

Visitem a página do Partido Novo. Pode ser apenas um engodo, mas uma ideia simples, que deveria ser imposta a todos os níveis de eleição, é o compromisso dos candidatos do Novo: nenhum candidato eleito pelo partido poderá exercer mais de dois mandatos consecutivos.
Atualmente, a reeleição única atinge somente os mandatos dos executivos, prefeitos, governadores e presidência da República.
Estendida aos legislativos, em todas as esferas: municipal, estadual, federal (câmara e senado), essa simples medida forçaria a renovação, dificultaria a formação de quadrilhas parlamentares ( que são eufemisticamente denominadas de bancadas) e acabaria com certas 'dinastias' como por exemplo a que vem se infiltrando em todos os níveis de governo, nominadamente: Picciani pai e seus filhotes. Quem não conhece os Bezerra e os Magalhães?

O povo vota mal, mas no sistema vigente tem poucas escolhas de qualidade. Políticos são na maioria pessoas avessas a qualquer ética. Por isso, reúnem a seu redor uma vasta gama de cúmplices que, por sua vez os assesoram e muitas vezes os sucedem.

Tem jeito? Pode demorar. Com certeza não acontecerá no curto tempo que resta da minha vida, mas é possível.

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