sexta-feira, março 26, 2010

ainda linux

Depois de alguns meses usando o Mandriva Linux 2010, voltei ao Ubuntu. Na verdade essa mudança tem mais a ver com a interface gráfica do que com a própria distribuição. Mandriva é KDE por default. Ubuntu é Gnome.

Em algum lugar - por certo em um artigo ou livro do mestre Morimoto, existe uma descrição bem simples das diferentes filosofias dessas GUIs1.

Para o grupo do KDE, mais é mais. Isto quer dizer que o usuário pode e deve ter acesso a inúmeras opções para personalizar do seu desktop. Na versão 4.3, atualizada no Mandriva 2010, o uso de widgets2 ou plasmoides3 é bastante útil na configuração pessoal da interface.
Depois de um começo tumultuado, o KDE 4 passou por uma fase difícil (tanto para seus desenvolvedores quanto para seus usuários), já se mostrou bastante estável e completo na versão 4.3 e teve sua versão 4.4.1 lançada no início desse mês. Nessa versão já está disponível o Plasma Desktop. Trata-se de uma espécie de GUI baseada em plasmoides. O Plasma é uma verdadeira plataforma de desenvolvimento criada em paralelo com a versão 4 do KDE.

Na filosofia Gnome, menos é mais. Isto quer dizer que o fato do usuário ter menor acesso às configurações da interface, lhe dá maior segurança contra eventuais erros na operação do sistema. Durante muito tempo, o grupo de desenvolvimento do Gnome resistiu à tentação de entregar ao usuário um controle maior das opções de configuração da interface gráfica. O nome Gnome sempre traz aos usuários mais experientes a impressão de uma interface limpa e simples; com poucas possibilidades de mudar seu tema para a área de trabalho e um conjunto enxuto de aplicativos com aspecto um tanto espartano. Ainda pode ser assim. Se você instalar a interface Gnome - que é default no Ubuntu Linux, poderá deixá-la com seu aspecto original; ou talvez mudar o papel de parede e colocar um ou outro atalho na área de trabalho para facilitar seu dia a dia.
Estou usando a versão 9.10 do Ubuntu e já descobri algumas coisas diferentes nessa filosofia. Uma delas - talvez a mais importante, é a introdução da Central de Programas Ubuntu. Trata-se de um aplicativo com opções para instalar ou desinstalar um razoavelmente vasto conjunto de programas das plataformas GTK+ (que é base do Gnome) Qt4 (que é base do KDE 4) ou mesmo Java, que é uma plataforma quase universal.

Outra possibilidade presente no Ubuntu há algum tempo é a janela de configuração dos aplicativos que se iniciam com a sessão. Gosto de colocar o Gkrellm - um monitor gráfico do sistema sobre o papel de parede. Usando o tema 'invisível', o Gkrellm fica com um aspecto muito agradável e dá algumas dicas importantes, tal como o tempo de duração da sessão que ajuda a calcular a hora de dar uma paradinha para descanso. Encontrei várias dicas para iniciar o Gkrellm com a sessão. Algumas não funcionam, outras requerem edição de arquivos de configuração do sistema. Abri então o menu Sistema, fui nas Preferências e Arquivos de Sessão. Cliquei em Adicionar, coloquei o nome do programa na primeira linha, cliquei no botão Navegar e fui até a pasta /usr/bin/ onde selecionei gkrellm. Apliquei a modificação e reiniciei o sistema. Lá está o Gkrellm, do jeito que eu gosto. O que o aplicativo faz é modificar um arquivo de configuração do sistema para incluir uma linha parecida com "exec gkrellm &". Mas isso é automatizado por um script, evitando um erro qualquer que eu poderia cometer durante a edição do arquivo. Sem falar na dificuldade de encontrar arquivos de configuração no Ubuntu. (Alguém aí já tentou mudar a configuração de vídeo no xorg.conf do Ubuntu)?

Por outro lado, o Kubuntu, ou seja, Ubuntu com KDE, ainda mostra o problema da rede wireless na minha máquina. Não consigo acessar a rede sem fio quando rodo o Kubuntu em modo live e assim venho deixando-o de lado. Lógico que poderia fuçar o sistema, tutoriais e dicas na internet, livros de Linux e acabar resolvendo o problema. Mas no fundo, o que eu quero mesmo é uma distribuição que me atenda com programas ou scripts4 em modo gráfico e consiga resolver esses pequenos problemas sem muito suor e ranger de dentes...

Antes que eu me esqueça: já é possível instalar os Google Gadgets no Ubuntu, através da Central de Programas do Ubuntu, Internet, Google Gadgets (GTK). O Gnome está mudando...


1 - GUI é a sigla em inglês para Interface Gráfica de Usuário. Normalmente é composta por uma área de trabalho onde as janelas de aplicativos podem ser abertas.

2 - widget é um "Componente de interface gráfica, une ícones e funcionalidades para realizar tarefas e facilitar a vida do usuário." Esta definição está no site www.revistacafeicultura.com.br/index.php.

3 - plasmoide é um widget específico do Plasma e agora do Desktop Plasma.

4 - script é um conjunto de linhas de comando em linguagem que pode ser lida pelo shell do sistema. O shell é o interpretador de comandos do sistema. O mais comum no Linux é o bash, ou bourne again shell; algo como um trocadilho com o significado aproximado de "o shell renascido".

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sábado, março 13, 2010

Parada na serra

Quinta-feira. Segue o ônibus serra acima, rumo ao Grajaú, quando um carro parado em uma curva faz com que paremos. De fora ouço alguém demandar; "Para! Para!". O motorista aciona o freio de estacionamento e salta pela porta da frente. O ruído do freio a ar parece um estalo seco e a moça no último banco atira-se ao chão, com medo de alguma bala perdida. Estou olhando pela janela e um motoqueiro, parado na pista de descida, olha para a estrada do lado de cá, à frente do ônibus. Chego à conclusão de que não há qualquer perigo. Talvez um motoqueiro caído ou outro acidente.
Daí a pouco, um rapaz atravessa a estrada em direção à pista de descida, atravessa-a e leva - segura pelas costas - uma pequena preguiça. Chega à borda da mata que margeia a pista e coloca o bichinho em um arbusto; não sem levar uma arranhão do 'mal-agradecido'.

É provável que a preguiça tenha tentado atravessar a estrada para o lado de cima da serra, porque na mata abaixo da estrada ocorreu uma invasão de jaqueiras. Uma jaca deixada à beira da estrada, há uns vinte cinco a trinta anos atrás teve sua descendência espalhada serra acima, junto à margem da estrada. Preguiças não comem folhas de jaqueiras; o bicho em questão deve ter visto árvores de um verde apetitoso do outro lado da estrada e simplesmente tentou atravessá-la.

Afinal, a grama no quintal do vizinho é sempre mais verde...

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Voltando aos trilhos

- coff!! coff!!

Hora de tirar a poeira e voltar a visitar meu querido blog. Durante esse longo recesso cheguei a cogitar uma mudança drástica, começando com a troca do modelo (template). Todavia, essa mudança não seria para os novos modelos, apenas para modelos mais antigos; então, para quê mudar?
Mais tarde, se for possível mudar de tema sem perder o conteúdo, vamos pensar nisso.

- Vida que segue...


Trabalhando um pouco, pensando outro tanto e lendo sempre...

- A Profecia Celestina.

A historinha dá a impressão de aventura, mas serve apenas para mostrar uma teoria da evolução humana que levaria ao desenvolvimento espiritual através de uma série de passos - Visões - até o ideal supremo: alcançar um estado de união com o outro lado da vida. O arcabouço da teoria é um tanto fraco, partindo de uma situação histórica altamente improvável: a existência de um povo maia na floresta amazônica e anterior ao povo inca e um manuscrito deixado provavelmente por esse povo. O manuscrito seria em aramaico - a língua que Jesus falou. Uma conexão altamente improvável, já que os povos da América pré-colombiana mantiveram suas religiões politeístas, sem dar o menor sinal de algum contato com a crença monoteísta de Israel nos tempos bíblicos.

Por falar nisso, os maias não desapareceram, como dá a entender o livro; apenas foram dizimados pelo 'conquistador' espanhol. Ainda existem muitos descendentes desse povo vivendo no México e em outros países da América Central. Na página The Maya Today podemos ler: "Dizer que a civilização Maia desapareceu é não apenas inexato, mas sim um grande desserviço para mais de 6 milhões de maias vivendo hoje na Guatemala, México e Belize."

Com certeza, não vou ler os dois outros livros da 'Trilogia' que começa com essa Profecia Celestina.

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