Muito temos lido e ouvido sobre os efeitos permanentes que essa crise do
Covid-19 terá sobre as nossas vidas no futuro. Creio mesmo que, para
algumas pessoas, será um novo tempo, com mudanças de hábitos e atitudes. Mas, para a sociedade no todo quase nada mudará.
O
efeito renovador da Natureza nesses poucos dias de isolamento social
parece espetacular. Mar claro, tartarugas marinhas aparecendo em lugares
antes poluídos, seja pelo óleo derramado por navios, seja pelos ruídos
que as assustam. Aves silvestres revoando nas cidades e o céu noturno
limpo da poeira e da fumaça.
A vida social, agora interrompida, fragmentada e vivida à distância, será a mesma no pós-pandemia? E o consumismo, da
moda cambiante ao sabor das estações, do carro novo de todo ano, do
supérfluo e do capricho, voltará em toda plenitude?
Tenho refletido
sobre as possíveis ou prováveis mudanças, mas confesso meu ceticismo.
Não penso que a sociedade vai mudar como um todo, mas apenas umas poucas
pessoas terão a consciência de um novo tempo.
O primeiro exemplo que
confirma meu pensamento foi mostrado ontem, 22 de abril, direto de Blumenau, Santa Catarina.
Mal o governo de lá começou a liberar o funcionamento do comércio, vimos
um Shopping Center com aglomerações onde jovens e idosos, com máscaras
ou sem elas, corriam às compras como se precisassem desesperadamente
voltar à normalidade de uma sociedade que - lamentavelmente, e mais uma vez, nada está
aprendendo.
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