quinta-feira, abril 30, 2020

museu moderno

Tenho um projeto que chamo de Meu Museu Moderno, onde quero reunir alguns objetos que se tornaram obsoletos mas que resolvi guardar. São câmeras digitais, celulares, cartões de memória, cartões de telefones públicos, cédulas das diversas moedas que tivemos - desde o Cruzeiro dos anos 1940.
Essa HP PhotoSmart 215 é minha primeira câmera digital e ainda funciona como nova, embora tenha vinte anos de idade.
O cartão de poderosos 4MB veio com a câmera, já o de imensos 24MB comprei junto com um kit de bateria recarregável externa. A HP 215 consome quatro pilhas AA, alcalinas, com muita rapidez.

A velocidade do desenvolvimento de novas tecnologias tornou as câmeras digitais quase completamente obsoletas, salvo aquelas exclusivas para uso profissional. Qualquer smartphone atual substitui com vantagem a maioria das câmeras digitais para amadores e mesmo as ditas semiprofissionais. Embora esses mesmos smartphones estejam fadados à obsolescência em poucos anos, ou meses. A essa condição precária e temporária dos novos gadgets deu-se o nome de Obsolescência programada.

Obsolescência programada é a decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar, distribuir e vender um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não-funcional especificamente para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto. (Wikipédia).

Ainda assim, um item importante do Meu Museu Moderno  será um notebook Semp Toshiba IS-1462 que me serviu por longos doze anos, rodando várias versões do Linux.


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terça-feira, abril 28, 2020

autocratas no poder

Estou começando a leitura de Como as democracias morrem, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt,  publicado pela editora Zahar nesse ano da graça de 2020.

Logo na introdução, pagina 20, destaquei:

"Uma vez que um aspirante a ditador consegue chegar ao poder, a democracia enfrenta um segundo teste crucial: irá ele subverter as
instituições democráticas ou ser constrangido por elas? As instituições
isoladamente não são o bastante para conter autocratas eleitos.

Constituições têm que ser defendidas – por partidos políticos e cidadãos organizados, mas também por normas democráticas. Sem
normas robustas, os freios e contrapesos constitucionais não servem como os bastiões da democracia que nós imaginamos que eles sejam.

As instituições se tornam armas políticas, brandidas violentamente por aqueles que as controlam contra aqueles que não as controlam. É
assim que os autocratas eleitos subvertem a democracia –
aparelhando tribunais e outras agências neutras e usando-os como
armas, comprando a mídia e o setor privado (ou intimidando-os para
que se calem) e reescrevendo as regras da política para mudar o
mando de campo e virar o jogo contra os oponentes. O paradoxo
trágico da via eleitoral para o autoritarismo é que os assassinos da
democracia usam as próprias instituições da democracia – gradual,
sutil e mesmo legalmente – para matá-la."


Ainda estou com a versão digital, mas esse livro vai certamente, e em breve, fazer parte da minha pequena biblioteca. 

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quinta-feira, abril 23, 2020

depois da pandemia

Muito temos lido e ouvido sobre os efeitos permanentes que essa crise do Covid-19 terá sobre as nossas vidas no futuro. Creio mesmo que, para algumas pessoas, será um novo tempo, com mudanças de hábitos e atitudes. Mas, para a sociedade no todo quase nada mudará. 

O efeito renovador da Natureza nesses poucos dias de isolamento social parece espetacular. Mar claro, tartarugas marinhas aparecendo em lugares antes poluídos, seja pelo óleo derramado por navios, seja pelos ruídos que as assustam. Aves silvestres revoando nas cidades e o céu noturno limpo da poeira e da fumaça.

A vida social, agora interrompida,  fragmentada e vivida à distância, será a mesma no pós-pandemia? E o consumismo, da moda cambiante ao sabor das estações, do carro novo de todo ano, do supérfluo e do capricho, voltará em toda plenitude?

Tenho refletido sobre as possíveis ou prováveis mudanças, mas confesso meu ceticismo. Não penso que a sociedade vai mudar como um todo, mas apenas umas poucas pessoas terão a consciência de um novo tempo.
O primeiro exemplo que confirma meu pensamento foi mostrado ontem, 22 de abril, direto de Blumenau, Santa Catarina. Mal o governo de lá começou a liberar o funcionamento do comércio, vimos um Shopping Center com aglomerações onde jovens e idosos, com máscaras ou sem elas, corriam às compras como se precisassem desesperadamente voltar à normalidade de uma sociedade que - lamentavelmente, e mais uma vez, nada está aprendendo.

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terça-feira, abril 21, 2020

nem tudo azul

Manhã de sol no feriado. Céu azul de outono atraindo o olhar. Um solitário piloto em seu parapente sobrevoa o mar, não muito longe da praia.
Lá de cima, os problemas do nosso dia a dia parecem menores, mais distantes.
O som do motor se distancia, a vela vermelha e branca fica minúscula e aos poucos desaparece no azul intenso.

O dia promete que vai ser lindo, mas o pandêmico perigo continua lá fora.

Continuemos em casa!

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sexta-feira, abril 17, 2020

sexta-feira sombria

Tarde de sexta-feira, 17 de abril. A Natureza parece saber de antemão que à frente viveremos dias sombrios, quem sabe semanas.
Sabemos que o passar do tempo deixará para trás as turbulências, bem como aqueles que fatalmente cairão pelo caminho. Esperemos que sejam poucos, mas cada um que cair deixará uma grande lacuna entre seus entes queridos.

Saudemos o Imperator: "- MORITURI TE SALUTANT".

terça-feira, abril 14, 2020

Sopa de wuhan

Um livro sobre a pandemia, Sopa de Wuhan, aqui apresentado nas palavras do site elextremosur.com:
"Sopa de Wuhan se llama el libro creado por el Aislamiento Social Preventivo y Obligatorio (ASPO), una iniciativa editorial de Pablo Amadeo -profesor de Comunicación Social en la Universidad Nacional de La Plata- que reunió a quince pensadores que publicaron recientemente sus interpretaciones y pensamientos sobre la pandemia de Coronavirus."

Baixe o livro aqui. Boa leitura!


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sábado, abril 04, 2020

mar revolto

Sábado de sol. Como muita gente vem fazendo, aproveitamos para arrumar, escolher o que fica ou o que não é necessário. Muitos objetos inúteis, outros imprestáveis - lixo.
Os novos tempos vão ser de hábitos frugais, para quem sobreviver.
Pela manhã, vento forte e o som de trovão das ondas ao longe.
À noitinha, fomos ver como estava a orla. É uma ressaca forte, muita areia na pista.

O mar deve estar zangado com alguma coisa.

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