Com quem, mesmo?
Quando garoto, ouvi pela primeira vez a expressão "falando com meus botões". Achei engraçado. Coisa de velho, falar com os próprios botões, que na época, diga-se de passagem, eram profusos. Nas camisas, nos bolsos e até na braguilha das calças (quem não souber o que é isso, vá ao Aurélio): uma turma de ouvintes pra ninguém botar defeito.
Penso que, depois de tantos anos vividos, sofridos e cada vez menos ouvido, cheguei à verdadeira essência da expressão: só fala com os próprios botões aquele que já não tem com quem falar.
Mas, agora é tarde: Procuro em toda a minha indumentária e só encontro UM mísero botão; na camisa. Pois todo o resto é zíper, cadarço ou velcro - danada de modernidade!
Minha esperança é de que o pobre botão tenha o mesmo sentimento de solidão e, o mais importante, goste tanto quanto eu de conversar.
Por outro lado, talvez fosse uma experiência assaz interessante falar com meu ziper, ou quem sabe com meus cadarços. Quem sabe?
Penso que, depois de tantos anos vividos, sofridos e cada vez menos ouvido, cheguei à verdadeira essência da expressão: só fala com os próprios botões aquele que já não tem com quem falar.
Mas, agora é tarde: Procuro em toda a minha indumentária e só encontro UM mísero botão; na camisa. Pois todo o resto é zíper, cadarço ou velcro - danada de modernidade!
Minha esperança é de que o pobre botão tenha o mesmo sentimento de solidão e, o mais importante, goste tanto quanto eu de conversar.
Por outro lado, talvez fosse uma experiência assaz interessante falar com meu ziper, ou quem sabe com meus cadarços. Quem sabe?