sexta-feira, setembro 29, 2006

PMDB em campanha

Hoje, três dias antes das eleições, vejo no estacionamento da ponte nova, em frente ao largo da Freguesia - Jacarepaguá, um carro de placa preta, que deveria ser usado exclusivamente em serviço pelo vide-líder do PMDB na Câmara. Justo no dia em que o candidato Sérgio Cabral faz uma verdadeira blitz em busca de mais votos no bairro com um animado Carnaval Eleitoral.
Se alguém quiser verificar - com certeza - o uso de carro oficial em campanha eleitoral, basta verificar nos registros do estacionamento que a foto do carro lá estará.
Quem fala do Lula sabe muito bem o que faz.

sábado, setembro 16, 2006

O Centro sem Prefeito

Caminhando ontem pelo centro da cidade notei a diferença cada vez maior entre a cidade privatizada e a cidade que fica por conta da Prefeitura.
O exemplo mais gritante de privatização das ruas e espaços urbanos é a SAARA, uma área comprendida pelas ruas da Alfândega, Senhor dos Passos e Buenos Aires, incluindo suas transversais, no trecho entre a rua da Conceição e o Campo de Santana. As ruas vivem apinhadas de pessoas a vaguear entre lojas muito sortidas de todo o tipo de objetos de plástico, tecidos, bijuterias, roupas prontas, flores artificiais, artigos para presente, de uso doméstico, relógios, bolsas, malas, papelaria e o que mais o caro leitor imaginar. Em meio ao calor e o suor brilhando nos rostos das pessoas, as ruas mostram-se limpas, porém o ar é poluído pelo serviço de altos-falantes - parecem centenas deles - anunciando comerciantes da área, avisando clientes distraídos do lugar onde esqueceram seus cartões de crédito, apregoando pechinchas em um mar de preços populares. Assim é a cidade privatizada na marra, onde um exército próprio de garis mantém as ruas varridas e um bando de agentes de segurança mantém as noites calmas, além de impedir que notívagos embriagados improvisem banheiros em suas esquinas. Afora o barulho e o deslocamento difícil entre bancadas que ocupam calçadas e milhares de compradores em potencial, este SAARA carioca é limpo como um deserto.

Agora, vamos nos deslocar em direção à Rio Branco: atravessar a área do camelódromo oficial, a rua Uruguaiana e descer por qualquer uma daquelas que nos levam à Primeiro de Março. Logo de início, o que se nota é a sujeira. Lixo de pequenos panfletos empurrados para as mãos dos passantes e logo depois espalhados pelas calçadas, onde vão se juntar a copos descartáveis usados e outros objetos prestes a serem arrastados para entupir bueiros e esgotos na primeira chuva forte. Ruas antigas e estreitas, como as herdamos de há dois ou três séculos passados, transformadas em becos malcheirosos e escorregadios, pelos quais, certamente, não irá o nosso ausente alcaide ter a coragem de passar a pedir votos para seus apaniguados, num corpo-a-corpo com a sujeira e o fedor da sua própria administração.

Foi pena eu ter, desta vez, esquecido em casa a mini-Clone. Estando só, mais fácil seria fazer algumas paradas para obter alguns flagrantes dos locais.

Ficam as fotos para uma outra oportunidade - que espero não seja tão em breve.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Pesquisas

O falecido Leonel Brizola, político até os ossos, tinha como norma só acreditar nas pesquisas cujos resultados estavam a seu favor. As outras todas eram 'mentiras d'O Globo'.
Nesta reta final para as eleições presidenciais, os resultados de uma nova 'pesquisa' se espalham pela internet, levando gente que eu reputo muito séria, mas também um tanto ingênua, a tomar como verdade uma armação digna de primeiro de abril.
Senão vejamos: a tal 'pesquisa', na verdade chama-se Simulação da Eleição Presidencial, assim mesmo com todas as letras. São 1.748.000 eleitores ouvidos em TODOS os estados brasileiros - além de um número ao lado da descrição OUTROS - talvez eleitores de Fernando de Noronha e alguns patrícios residentes no exterior.
Interessante notar que os números de eleitores no Rio de Janeiro e na Bahia são fracionários; quer dizer, 0,7 eleitor teria respondido à 'pesquisa', pelo que acabamos por descobrir a existência do voto fracionário.
Os eleitores são agrupados por sexo (masculino, feminino e homossexual, que não é sexo, mas sim preferência sexual), classe social e faixa de idade.
Toda essa massa de dados teria sido colhida em apenas três dias, embora não se revelem os métodos nem a instituição responsável pela pulha.
O fato é que a tal simulação vem sendo engolida como uma prova cabal de alguma conspiração para enganar o pobre eleitor. Como se essa não fosse uma função primordial da maioria dos políticos. E a página onde o tal monstrengo se esconde vem recebendo milhares de visitas por dia. Aí deve estar o motivo de tudo.

Não sei porquê o tal autor da Simulação me lembrou um antigo "escritor" - Marcial Lafuente Estefania, pseudônimo é claro, cujos livros com estórias do faroesta e em formato de bolso pululavam nas bancas de jornal lá pela década de 1970.
Não é para menos, o tal dono da página se diz recordista registrado no Guiness com 30.000 poemas escritos, além de outros milhares de contos.

Vamos fazer um exercício? Escolham um adjetivo pro dono da tal simulação: prolífico ou prolixo.

Vale dar uma olhadinha no dicionário.

domingo, setembro 10, 2006

La vem o sol

Sempre soube que um crepúsculo vermelho é prenúncio de muito Sol no dia seguinte. Espero que o Inverno não insista com dias de muito frio nestas duas semanas que restam para o início da Primavera. Neste fim de semana, as cigarras saíram das tocas e começaram a nos brindar com sua trilha sonora de longos zumbidos, lembrando fábulas de sabedoria duvidosa, anunciando dias mais quentes e as tardes coloridas de primavera.

Vá lá que ainda vamos ter uma eleição no início do próximo mês. Mas, nem tudo é perfeito; incluindo Primaveras.