segunda-feira, outubro 04, 2004

Eleições e consciências...

Acabou rápido. Nocaute no primeiro round e estamos livres do segundo turno. Imagino o dilema de escolher entre o César Nada e o bicho Crivella.

Passado o momento, fica uma sensação de desconforto causado por uma mensagem que circulou na semana passada. Exortava os cariocas a votar logo no candidato melhor colocado nas pesquisas (sempre as infames..), para provocar o resultado no primeiro turno e salvar o feriadão de um segundo turno, que seria no domingo, 31. Tamanha besteira (se me permitem o termo) teria melhor efeito se todos os que espalharam a mensagem tivessem o bom senso de viajar no feriadão e nunca mais voltar pro Rio. (Aliás, bem de acordo com suas idéias, o feriado prolongado só serve mesmo para fugir um pouco da cidade onde os maus administradores, à custa de péssimos eleitores, deixaram o caos se instalar.)

Espanta ainda mais haver entre os divulgadores da idéia (de jerico!!) pessoas cujo nível intelectual sempre me pareceu acima da média.

Argumentar que as pesquisas indicavam uma vitória do CM no segundo turno e pour cause seria melhor abreviar o calendário, além de fazer economia, nos leva a pensar mais adiante um pouquinho: por que então não fazer logo uma economia completa e dar a eleição como vencida, com base apenas nas infalíveis pesquisas, sem primeiro turno, aproveitar mais um domingo (para olhar a chuva pela janela) e esquecer esse negócio de política de uma vez.

Sempre pensei que meu voto servisse para mostrar que, embora o vencedor da eleição seja outro, o meu candidato teve representação. Sei ainda, muito bem, que o voto não muda nada. Mas fazer da administração de uma cidade como o Rio de Janeiro uma questão de viajar ou não durante um feriado prolongado é jogar a própria consciência no ralo.

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