sábado, outubro 23, 2004

Ralouín e o Brazilian English

Passo em frente à nova loja de artigos para festas e lá está a máscara de uma bruxa à moda dos desenhos de Walt Disney. É o Ralouín, versão brasileira do Dia das Bruxas, comemorado em 31 de Outubro pelos norteamericanos. Não tem nada a ver com as nossas tradições, herdadas de modo geral da Europa e África. Mas brasileiro é assim mesmo: adora imitar, talvez para se sentir mais igual aos nossos "irmãozinhos" do Norte. Já temos o natal com algodão imitando neve, e temos uma instituição ainda mais interessante: o Brazilian English, ou seja, o Inglês com pronúncia brasileira.
Aqui pronunciamos: ralouín, cáuntri clúbi, sófter, resséti e deléti, entre outros exemplos. Uma lista mais completa está em preparo e vou colocá-la aqui durante a semana.
Todo tupiniquim que se preza entra, pelo menos uma vez na vida, em um curso de Inglês. Aprende um pouquinho do verbo To Be, algumas esparsas palavras do vocabulário anglo-saxão, e desiste aí pelo segundo ou terceiro período, ao descobrir que falar uma segunda língua envolve um esforço apreciável, mesmo quando se tem o "dom" de aprender idiomas. E coloco o dom entre aspas por não acreditar que exista realmente essa habilidade inata. A habilidade de aprender, seja uma língua estrangeira, seja Matemática, pode ser desenvolvida, desde que se tenha vontade, perseverança e... tempo.
O sujeito que passa os anos de primeiro e segundo graus enrolando os pais e os professores em busca de pontinhos extras, acaba se tornando um semi-analfabeto diplomado. Se tiver um pouquinho de lábia, vai ser político e enganar outros despreparados. Já que só aprendeu a enganar, faz disso uma profissão. E como é apenas meio aculturado, merece mais é comemorar o Ralouín.

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