Luz sem Taxa
O caso que me toca - e ao meu pobre e dolorido bolso - diretamente, ocorre com a Prefeitura Municipal de Maricá. Já há alguns meses, a Ampla - companhia que nos fornece a falta de luz do verão nosso de cada ano - vem acrescentando à conta de luz mensal uma taxa de 12 reais chamada 'Contribuição para Custeio da Iluminação Pública da Prefeitura - COSI'; nome pomposo para uma verdadeira armadilha que os vereadores e o prefeito de Maricá criaram para os habitantes do município.
Segundo o funcionário que me atendeu no centro administrativo do município, a cobrança é baseada no número de metros de frente dos terrenos, no meu caso 12 metros de frente me custariam 12 reais por mês para manter o local iluminado pela Ampla.
Só para se ter uma noção do absurdo cometido em Maricá, vejamos o caso de São Paulo, onde a Marta Suplicy instaurou a mesma taxa ao custo de 3 reais e cinquenta centavos por residência e os imóveis comerciais pagariam 11 reais. A taxa foi suspensa após decisão do STJ - Superior Tribunal de Justiça que manteve decisão da 12ª Vara da Fazenda Pública dando ao IDEC - Instituto de Defesa do Consumidor de São Paulo a tutela antecipada, medida que suspendia a cobrança de imediato, enquanto não houver decisão final da justiça sobre o mérito da questão. Vejam aqui mais um artigo do Estadão sobre o caso de São Paulo.
Voltando à arapuca de Maricá: na quadra onde fica o imóvel pelo qual me é cobrada a taxa mensal de 12 reais, existe apenas uma lâmpada de iluminação pública, situada a uns 150 metros da minha casa. Como calculo em dezoito os terrenos ocupados na quadra, podemos deduzir que a prefeitura de Maricá está recebendo mensalmente 216 reais só para manter essa bendita lâmpada acesa. Com certeza é mais do que qualquer um dos consumidores paga mensalmente pela energia consumida com geladeira, freezer, televisão, som, computador, ventiladores, bombas, iluminação da casa e do quintal - pois com uma só lâmpada para iluminar uma quadra inteira cada um de nós proprietários tem que manter seu próprio quintal e muro bem iluminados à noite. Sem deixar de frisar que custa muito menos que a lâmpada da prefeitura.
Resumo da ópera: a prefeitura vai mandar um 'técnico' para verificar a não existência de iluminação pública na frente da minha casa. Depois de constatado o fato, vai comunicar à Ampla que deixe de cobrar a tal taxa, já que escolhi não ter uma lâmpada tão cara instalada no local. Depois disso, terei que voltar a Maricá para requerer na prefeitura a devolução dos valores cobrados, mediante a apresentação de cópias de todas as contas onde constar o débito.
Agora só falta escrever um panfleto explicando aos moradores como se livrar dessa absurda taxa e distribuir ao maior número possível de moradores do município.
E se houver algum advogado interessado, podemos entrar com uma ação de perdas e danos. Honorários a combinar.
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