terça-feira, setembro 25, 2018

lulofobia

Lula está preso, todos sabemos. Mas, aqui fora, continua a influenciar nas pesquisas sobre a eleição presidencial e, de modo indireto, nas eleições para o Congresso. De certo modo, seu fantasma vai pairar sobre seus adversários; é um não-candidato, mas não é um derrotado. Sua situação vem sendo usada para desviar a atenção das massas dos verdadeiros problemas que o país deve resolver.
Quando uma pesquisa de intenção de voto é divulgada com Lula recebendo trinta e cinco por cento das preferências, logo alguém diz que só entrevistaram os beneficiários do bolsa-família, o que é uma bobagem de todo tamanho, mas tem gente que acredita. Pesquisas são feitas com pessoas de todas as classes econômicas, de modo que seus resultados representem com a maior confiabilidade possível o pensamento da sociedade. Então, dizer que as pesquisas são feitas para manipular a opinião pública é uma mentira. Mas para aqueles que têm medo do Lula e do PT, essa mentira passa a ser "boa". Mas, não existe mentira boa.
Outro argumento anti-Lula diz: "Se ele e o PT voltarem ao poder, vai voltar a roubalheira."
A roubalheira sempre existiu e políticos de muitos partidos, bem como seus indicados para ministérios, secretarias e autarquias, sempre participaram e repartiram os resultados do saque. Sobre essa situação cabe explicar: o Executivo, presidência da republica e ministérios, precisa do Legislativo para aprovação de muitas de suas iniciativas. Então, faz vistas grossas à nefasta atuação dos tais indicados e, às vezes, participa da divisão do roubo. Sempre foi assim e ninguém espere que esse sistema vá mudar por simples vontade política, já que os políticos são sempre os mesmos e o loteamento dos ministérios, secretarias e autarquias é combinado na hora em que as coligações partidárias são firmadas; isto é, antes mesmo da eleição.
Toda essa campanha anti-Lula não vem sendo feita para combater o ilustre presidiário, mas tão somente para desviar a atenção das fraquezas dos diversos candidatos.
Três exemplos:

1. J. Maria Alckimin, o Chuchu, disse que pensa em extinguir o Ministério do Trabalho porque, segundo ele, trabalho é problema do trabalhador. Mas não cogita extinguir o Ministério da Agricultura pois, talvez, isso não seja problema do agricultor. Saibam que o Ministro da Agricultura é um grande plantador de soja; mas, o Ministro do Trabalho não é um trabalhador.

2. Alguns criadores de vídeos apoiando o candidato Bolsonaro afirmam que ele vai "matar" homossexuais, que não gosta de mulher e que vai matar tudo que é bandido. Não sei quanto ao resto, mas no caso das mulheres ele deve aturar pelo menos a mãe dos filhos dele. Só resta uma dúvida: já que ele costuma classificar as mulheres em duas classes, as que merecem ser estupradas e as que são feias demais para merecer, em que lado ele coloca a mãe dos Bolsonarinhos? (Semana pasada, Bolsonaro virou réu no processo que lhe foi movido por ter dito à deputada Maria do Rosário que ela "não merece ser estuprada".)
Em uma acusação de racismo, ainda faltava decisão do STF quanto a tornar Bolsonaro réu ou não. Os juízes do STF julgaram a ação improcedente; portanto, avaliar peso de quilombolas em arrobas pode. Enquanto isso, Bolsonaro deve ter perdido uma boa arroba desde sua cirurgia.

3. Amoêdo, fundador e candidato a presidente pelo NOVO, defende o liberalismo econômico. No capitalismo selvagem praticado aqui em Pindorama, essa política é liberal com o enriquecimento dos mais ricos e empobrecimento dos que já são pobres. Para ter seu próprio partido, Amoêdo dispendeu 4,5 milhões de reais, da sua pequena fortuna de 425 milhões de reais. O partido já arrecadou 3 milhões de reais, mas deve terminar a eleição no lucro. Partido de banqueiro sempre vai dar lucro. Não é para ser presidente, é puro negócio.

No fim, Lula vai continuar preso e o cão que o guarda já anda sumido das páginas. Quando a lava jato começou a chegar nos calcanhares da Globo e seu sistema, a operação deixou de interessar à elite de plantão. Já que, ao puxar o fio da Globo, muitos poderosos cairão junto.
Provavelmente, depois de novembro o fantasma de Lula será só isso: um fantasma. Mas, daqui a quatro anos a casa pode voltar a ser assombrada.
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segunda-feira, abril 06, 2009

this is my man

A frase de Barack Obama, dirigida ao Lula em um momento de descontração durante a reunião do G20, deve ter arrepiado até o último pelinho das raposas da oposição. Obama, em certa medida, é uma pessoa mais para o comum do que os costumeiros engomados da política mundial. Como presidente da maior economia mundial pode se dar ao luxo de ser simples no trato com as pessoas e direto no seu discurso.

Espero que certos invejosos criadores de emails, apresentações e até filminhos procurando denegrir a imagem do nosso presidente parem para pensar que somos antes de tudo brasileiros. Se têm algo para criticar, que o façam em termos, com argumentos sérios e não com mentiras, ou o pior: meias verdades. Agem assim porque pensam talvez que podem ser melhores que o presidente. Afinal, alguns têm um diploma e o presidente, não; acham que têm cultura, e o presidente, não. Acham-se tão bons que não veem a própria mediocridade. Se são supostamente tão superiores ao presidente, por que não dirigem seu próprio sindicato, não fundam um partido político e não se candidatam a postos políticos onde poderiam mostrar sua superioridade intelectual e cultural? Sabemos porquê: são medíocres, invejosos e maledicentes e vão morrer com sua alma pequena afogados em seus próprios venenos.

Desculpem pelo tom amargo, mas esses anônimos impertinentes andam atravessados no meu velho gogó.

Quem disse foi Obama: "Esse é o cara." E o cara é o Lula.

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segunda-feira, junho 11, 2007

Muy Amigo

Quem tem um irmão como Vavá não precisa de inimigos...

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sábado, março 24, 2007

Semana 12

Semana 12
o → Em primeiro lugar, não houve post da semana 11 porque a barra estava pesada de trabalho. Voltando às aulas...

oo → Aliás, a semana 11 foi uma das mais comuns nesse ano em que a violência finalmente ficou corriqueira e a indignação da tal sociedade com os crimes mais bárbaros não dura mais de três dias. Infelizmente - para nós vítimas consumadas ou potenciais.

ooo → Passo na pracinha que fica na esquina de Dias da Cruz com Silva Rabelo e vejo uma cara conhecida: o cantor Fernando Lélis, à sombra parca de uma barraca de praia verde, um aparelho de som sobre uma mesinha e dois cartazes com jeito de terem sobrevivido aos bons tempos, toca seus CDs com canções bregas interpretadas por sua voz que soa ainda clara e afinada - apesar da qualidade duvidosa da pobre aparelhagem.
Olhamo-nos e ele faz uma mesura elegante do alto dos seus um metro e oitenta e tantos. O som toca uma música que também foi gravada, se não me falha a RAM, por Orlando Dias e termina com a desesperada confissão: 'tenho ciúmes até, da roupa que tu vestes'.
Não sei se o Fernando sabe, mas a Americanas Ponto Com vende um disco com vinte dos seus maiores sucessos por pouco mais de doze reais. O disco é editado pela EMI. Tenho vontade de voltar lá e perguntar.
A pracinha? Chama-se Agripino Grieco, mas duvido que alguém mais - além do carteiro - se preocupe em guardar essa informação.

o → O Kaffeine reproduz nesse momento 'Only Yesterday' na voz inconfundível de Karen Carpenter.

oo → Aproveitando o momento de brega total, quero fazer uma ressalva: com sua temática voltada para as desilusões de amor e a dor de cotovelo, as letras dessas canções são muito bem feitas se as compararmos com as cantadas mal alinhavadas dos pagodeiros atuais.

ooo → Mais uma derrapada do presidente: Chamar os usineiros de 'heróis' só pode ser fruto de uma empolgação de momento, ou de um improviso infeliz. Quantas vezes tivemos que arcar com aumentos inesperados no preço do açúcar? Aumentos criados pela ganância desses mesmos 'heróis' que estão pouco se lixando para o povo brasileiro. A fabricação de carros com motores movidos a álcool estava decrescendo de ano para ano, devido à insegurança dos compradores em face das manobras desses mesmos 'heróis', que chegaram a provocar aumentos artificiais no preço da gasolina para equilibrar as contas da Petrobrás.
O álcool só está aparecendo como opção nos tanques dos carros atuais devido à solução esperta dos fabricantes: os motores 'flex'. Nesse caso, 'flex' quer dizer mesmo é que podemos escolher entre consumir mais ou menos álcool ou abastecer apenas com gasolina (onde já existe um percentual de álcool misturado). Assim, o consumidor pode controlar na bomba a ganância dos 'companheiros heróis'.

E, cá entre nós, tenho minhas dúvidas sobre o álcool, ou metanol ser uma opção de energia limpa. Ainda se fazem muitas queimadas para facilitar a colheita da cana. Quanta água é gasta no processo de obtenção do metanol?
Vamos transformar o Brasil em um imenso canavial para abastecer os carros dos gringos?

Sei não. Isso me cheira a uma versão moderna das banana republics.

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