domingo, dezembro 30, 2012

13 de outubro de 4772

Uma grande confusão com o calendário dos Maias gerou uma expectativa de que o mundo poderia acabar na sexta-feira passada, 21 de dezembro de 2012.
Na Wikipédia podemos ler um excelente verbete sobre o Calendário MaiaAli aprendemos que o dia 21 de dezembro de 2012 marca o fim do décimo terceiro b'a'ktun dentro de um ciclo chamado de contagem longa. Pela contagem longa do tempo, um ciclo completo corresponde a 20 b'a'ktun ou 20 vezes 394,3 anos solares, aproximadamente. Como ainda faltam os b'a'ktun de 14 a 20, podemos dizer que o final da contagem longa corresponde a 13 e outubro de 4772. Espero que até lá minha alma recorrente tenha voltado à terra algumas vezes mais para finalmente ver o que vai acontecer então. Que terá mudado até lá?
Quanto ao tão propalado Fim do Mundo em 21 de dezembro de 2012, podemos dizer que foi apenas uma confusão ou que essa interpretação foi feita de caso pensado, por pessoa – ou pessoas, interessadas em ganhar algo com isso? Vender livros, fazer palestras, bancar o Guru do Fim do Mundo, e demais canalhices muito humanas que fazem parte, por sinal, das modernas técnicas de ganhar dinheiro fácil. (Qualquer dia escrevo aqui sobre a maneira como os nossos jovens vêm encarando o estudo como forma de adquirir capacidades em contraponto ao desejo de ganhar muito sabendo pouco ou nada. Thor Batista só existe um. Os outros são meros filhinhos de papai.)

Nessa de ganhar dinheiro rápido a mega sena é disparado a opção mais sonhada entre os brasileiros. Escrever um best-seller é outra opção, mas dá trabalho; e nunca se sabe como a crítica e o público vão acolher uma obra literária. Tem aqueles livros lançados com campanhas estruturadas: o livro, depois o filme – não necessariamente nessa ordem, depois as continuações e logo aparece um monte de imitações. Faz poucos anos Marley e Eu lançou a moda dos livros sobre cães que salvam vidas e casamentos, mesmo sendo bagunceiros como o são crianças mal educadas. Uma campanha dessas custa uma boa grana e o produto final deve ser dividido entre um grande número de agentes e empresas, sobrando relativamente pouco para os autores, além da fama passageira.

Tenho algumas ideias para escrever um, ou quem sabe alguns livros. Não creio que sirvam para algo mais que a minha própria satisfação. Ou quem sabe apelo para um desses temas de auto-ajuda. Nesse caso, já pensei em um título: O Hamster e as Abelhas. Mas acho que vai parecer apenas uma adaptação da estória da Cigarra e a Formiga. Ou O Monge e o Executivo revisitado, segundo as ideias filosóficas de um hamster.

De qualquer modo, transformaram o fim de um ciclo menor em uma forma de apavorar alguns crédulos, Fico a imaginar o que faz um número considerável de pessoas espalhadas pelos mais diversos países, desenvolvidos ou não, comprar estoques de comida, água, armas e munições para enfrentar o fim de tudo. Se tudo vai acabar, não adianta cavar uma trincheira ou construir um porão reforçado; não adianta nem mesmo mudar para o Piauí: o Fim do Mundo vai te buscar lá.

vivendo em Itaipuaçu

O dia do fim do mundo foi comum demais para descrever aqui. Saímos cedo, eu e a patroa, para algumas atividades simples como receber uma graninha do curso onde leciono (que coisa antiga!!), ir ao shopping para almoçar e comprar alguns pares de tênis, passar uma hora e vinte minutos em um interminável engarrafamento para retornar de São Gonçalo ao centro de Niterói; claro que em meio a um calor infernal pois era o primeiro dia do verão; nada de novo, nenhum cataclismo, nenhum tsunami, nem uma chuvinha de verão para refrescar a sexta-feira desse lado da poça. (A melhor parte é sempre pegar a estrada para casa.)
Em compensação, ficou a certeza de que as contas vão continuar a chegar, assim como as coisinhas do dia a dia continuarão a ser feitas – preparar um feijão gostoso, para acompanhar o arroz branquinho ou o macarrão com molho vermelho, uma salada bem variada e umas bananas carameladas... varrer, passar, sentar na varanda e ouvir uma boa música. Ir à praia bem de tardinha para não queimar muito, depois da soneca nossa de cada dia... Eta vida de aposentado!!!

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