sábado, junho 23, 2007

A guerra das panelas

Há um email girando na rede que fala sobre os perigos - reais e supostos - do uso de panelas de alumínio. Pois bem, durante a semana recebi uma mensagem contendo uma resposta ao tal email. Como me parece um texto bem equilibrado, com bom fundamento além de bom humor, transcrevo aqui o que escreveu alguém que conhece bem o assunto:
Caros Amigos,
Eu também não recomendo a ninguém a utilização de panelas de alumínio. Mas devo dizer que o que chamamos de “alumínio”, nesse caso trata-se de uma liga metálica denominada “duralumínio”. Como o alumínio puro é um metal muito dútil e mole, para que possa ser usadas industrialmente na produção de panelas de alumínio, carrocerias de ônibus, trilhos de cortinas, perfis de janelas, etc., ele é associado ao magnésio, ao manganês e ao cobre, principalmente, para que tenha maior dureza e, consequentemente, maior durabilidade também. Usualmente o magnésio está presente entre 2 e 3%, enquanto que manganês e cobre no entorno de 1% apenas, mas não é pouco !
Dos metais que citei realmente apenas o magnésio não oferece maiores problemas, pois dele precisamos em nosso corpo, em nossos metabolismos. O cobre está associado a uma proteína que temos no corpo e da qual não podemos abrir mão. Manganês em pequenas quantidades também é necessário em nosso corpo, pois toma parte em transformações bioquímicas.
Mas realmente não sei de que nosso corpo necessite de alumínio para coisa alguma.
Quando o Dr. Alois Alzheimer, médico geriatra alemão, percebeu que suas pacientes velhinhas morriam com ampla degeneração neurológica, totalmente “maluquinhas”, ao fazer a pesquisa em seus cérebros “post mortem”, na primeira década dos anos 1900, observou a presença das chamadas “placas amilóides” nos neurônios das pobres velhinhas, mas observou também a presença de quantidades de alumínio nos tecidos cerebrais, em valores anormalmente elevados. Mas também quantidades anormalmente elevadas de ferro são encontradas nos cérebros de pessoas atacadas por esse Mal; disso também se sabe hoje em dia !
Não existem (infelizmente) certezas de que seja o alumínio o causador ou deflagrador do Mal de Alzheimer, mas, ainda assim, mesmo que o problema seja de ordem genética, como hoje parece, é possível que o alumínio esteja associado ao processo de desenvolvimento dessa doença, que já ataca mais de 5 milhões de pessoas nos EUA, por exemplo.
Quem já tomou “Pepsamar”, ingeriu alumínio na forma de óxido hidratado desse metal. O óxido hidratado de alumínio é um poderoso antiácido, pela capacidade que tem de adsorver o ácido clorídrico no estômago, mas não é absorvido, de modo que não faz mal. O rubi, pedra preciosa bem conhecida, é formada por óxido de alumínio, que é branco por natureza, impurificado com ferro, que lhe comunica os maravilhosos tons avermelhados. O coríndon, encontrado na natureza, é óxido de alumínio de extrema dureza utilizado industrialmente em rebolos e lixas. Sem alumínio não mais se vive hoje!
O artigo em anexo fala em muitas coisas que ou não existem, ou não são totalmente verdadeiras. Por exemplo, mais leves do que o alumínio (No. Atômico 13) são o magnésio (No. Atômico 12), o sódio (No. Atômico 11) , o berílio (No. Atômico 4) e o lítio (No. Atômico 3). O litio, de tão leve que é, chega a flutuar na água ! Mas reage com ela lentamente para dar lugar à formação de hidróxido de lítio, que alcaliniza fortemente a água (e hidrogênio gasoso, que se perde na atmosfera).
Os íons Al 3+ e Ca 2+ são tão distintos quimicamente entre si, que eu jamais arriscaria a dizer que o alumínio seja capaz de deslocar o cálcio de nossos ossos. Não acredito que o alumínio “descalcifique” quem quer que seja.
Sem dúvida, quem cozinhe em panelas de alumínio irá ingerir quantidades maiores desse elemento. Panelas de ferro, muito usadas (ainda) no interior do Brasil, são mais saudáveis e é fato que parte do ferro das panelas se dissolve nos alimentos. Mas todos nós precisamos de ferro, pois, sem ele, não teríamos como produzir hemoglobina, que transporta oxigênio para nossos tecidos e deles remove o CO2. Sem hemoglobina não se vive. Portanto, “tome ferro” !!!
Panelas esmaltadas, também muito usadas no interior do nosso País, podem ser usadas no preparo de alimentos, pois são obtidas através da aplicação de um esmalte cerâmico (que até pode conter alumínio em sua composição) sobre uma base de aço-carbono. Mas é importantíssimo que o esmalte cerâmico não contenha chumbo, como acontecia no passado. Hoje em dia, existem cerâmicas isentas de chumbo para esse tipo de aplicação. E o alumínio que eventualmente contenham, é insolúvel nos alimentos.
Panelas de barro (barro também contém alumínio, pois é feito de argilas naturais que contêm alumínio) também podem ser usadas no cozimento e preparo de alimentos, pois o alumínio nelas presente é insolúvel nos alimentos, por ter sido o barro calcinado na fabricação desses utensílios.
Panelas de vidro, ainda que possam conter alumínio (“Jena-Glas”) e boro (“Pyrex”), contêm esse elemento na forma insolúvel de silicatos, o que as torna também recomendáveis para o uso doméstico.
Mas eu não aconselho o uso de panelas de aço-inoxidável, pois esses aços contêm entre 6 e 10% de níquel (que é cancerígeno) e de cromo (15 a 20%) capaz de formar os íons cromato (CrO4 2-), também reconhecidamente cancerígenos.
Quanto ao cádmio, trata-se de um elemento que, ao que eu saiba, não entra na composição de nenhum dos equipamentos domésticos habitualmente utilizados no preparo de alimentos. O cádmio é utilizado no recobrimento de ferro (“cadmiação”), porque protege melhor o ferro do que o zinco (“zincagem” , ou, simplesmente, “galvanização”). Eu soube de um acidente que vitimou muitas pessoas em uma churrascada no Rio Grande do Sul. Imaginem que decidiram assar a carne em umas grelhas velhas de geladeiras domésticas. Pois bem, essas grelhas eram cadmiadas e ninguém sabia disso (a cadmiação se parece com a zincagem). Ao serem levadas ao fogo, o cádmio que recobria as grelhas foi vaporizado (é metal de baixo ponto de fusão e de ebulição) e impregnou toda a carne assada. Muitas pessoas foram envenenadas; não sei dizer se ocorreram óbitos. Se as grelhas fossem zincadas, teriam também provocado intoxicações, embora não tão graves quanto as provocadas pelo cádmio. (Do zinco precisamos de pequenas quantidades em nosso corpo; do cádmio, não tenho notícia de que nos seja necessário para qualquer coisa.)
Na verdade, os metais e ligas metálicas podem “esconder” pequenas quantidades de todos os demais metais, inclusive ouro. Arsênio, antimônio, estanho, chumbo, cádmio, manganês, molibdênio, níquel, cobalto, prata, platina, etc., podem estar presentes, ainda que em quantidades insignificantes, em artigos do nosso dia-a dia.
Quer outro exemplo? O cobalto é também reconhecidamente cancerígeno e é uma impureza freqüente do níquel. Então, em tudo que haja níquel (como em nossos reluzentes talheres de aço-inoxidável), há cobalto também, em maiores ou em menores quantidades. É que não compensa, industrialmente, remover completamente todo o cobalto das matérias-primas que contenham níquel. E em assim sendo, o cobalto está sempre presente em nossas vidas, mas ninguém pode viver sem ele, porque todos nós necessitamos de vitamina B 12, a cianocobalamina, que contém cobalto como átomo central! É claro que excessos de vitamina B 12 também devem ser evitados, pois que ela se decompõe em nosso corpo, formando sais de Co 2+ e Co 3+, cancerígenos!
A propósito, li certa vez que devemos usar talheres de prata em nossas casas. A prata metálica não nos faz mal. Mas o problema é que a prata pura, assim como o alumínio, é um metal muito dútil (mole) e precisa ser associado a um outro metal que o torne menos dútil e mais duro; esse metal, no caso da prata, é o cobre ! E cobre demais também faz mal e até pode matar !
Por exemplo, o cobre é secularmente usado no chamado “Caldo Bordalês”, uma mistura de sulfato de cobre com cal apagada (cal virgem + água = cal apagada), que é aspergido sobre as uvas, para matar fungos. Já repararam como, muitas vezes, as uvas que compramos apresentam um tom esverdeado na casca? Esse tom é devido à presença de cobre do “Caldo Bordalês”. Mas não deixem de comer uvas: basta lavá-las bem com água corrente, esfregando bem os frutos para eliminar totalmente o cobre. Se vocês não se contentarem em simplesmente lavá-las, podem banhá-las em uma solução de amoníaco, que dissolve totalmente o cobre, dando uma solução de um belo tom azul escuro ! Enxágüem bem depois disso e.... bom apetite !
Antigamente, existia uma injeção contra gripe, que fazia notável efeito: era a “grip-ionase”. Curei-me literalmente de várias gripes com isso, acreditem! Lembram-se desse produto ? Era constituído de 2 ampolas separadas, que deviam ser misturadas no ato da aplicação: a primeira delas, continha um líquido incolor, que era uma solução de ácido ascórbico (vitamina C); a outra, continha um líquido de uma bela coloração lilás, que continha, ora vejam só: ouro coloidal ! Isso mesmo, usava-se ouro no combate à gripe! Prata coloidal (“eletroargol”) e platina coloidal (“Plantisol”) também encontram aplicações médicas! E compostos de rutênio (um metal raro, nobre, do chamado “grupo da platina” também são hoje em dia muito usados em quimioterapia de combate a tumores malignos! Platina na forma de compostos orgânicos também é usada como esse mesmo propósito ! Bem, depois de algumas doses, é preciso tomar cuidado para não ser assaltado .
Hoje em dia, sabe-se que muitos elementos químicos que aparentemente nem existiam em nosso corpo, de fato nele existem, embora em mínimas quantidades. Há 40 anos dizia-se que o selênio não nos servia para nada (a não ser para fabricar células fotoelétricas e como sulfeto de selênio, no conhecido produto “SELSUM” anti-caspa). Hoje se sabe que, por exemplo, sem selênio, nossos cabelos cairiam totalmente... (com caspa ou sem caspa...)
E saibam também que vocês, ao adquirem uma jóia de ouro de 18 quilates, estão comprando apenas 75% de ouro!!! E o resto? Bem, o resto, os 25% restantes, são simplesmente COBRE!!! Ouro puro (ouro 24 quilates) é mole demais para a confecção de jóias. Até em nossas restaurações de ouro em nossos dentes não temos ouro 24 quilates, mas, apenas (se tanto), 22 quilates... E por aí vai .....
Amigo, talvez não se consiga viver até mesmo sem urânio! (E não estou querendo referir-me a ANGRA 3...) Posso afirmar, sem chance de erro, que temos em nosso corpo a Tabela Periódica dos Elementos inteirinha ! (E na água do mar que nos banha, igualmente!!!) Hoje em dia, até plutônio pode ser encontrado em nosso corpo, graças às explosões atômicas na atmosfera realizadas por americanos, russos e, principalmente, franceses ! Mui amigos, mui amigos.... Basta que tomemos leite, comamos carnes vermelhas, brancas, rosadas, negras ou verdes, para que colecionemos todos os elementos químicos em nosso corpo. Bacana, não??? Ou preferem morrer de fome??? !!! ???
Hoje em dia, mata-se até mesmo com sais de Polônio-210 (como foi o caso do ex-espião russo Litvinenko, de quem o Putin parece que não gostava tanto...), um metal radioativo sintetizado artificialmente (provavelmente por bombardeio de núcleos de Chumbo-208 com prótons, em aceleradores de prótons).


Espero ter colaborado para o esclarecimento do asunto, embora sendo meio abusado por publicar o texto antes de solicitar a devida autorização de quem o escreveu.

Editado em 28.06.2007 - Conforme solicitado, a citação do nome do autor do texto foi retirada.

Marcadores: , ,

6 Comentários:

Blogger Bianca Maretta disse...

Gostei muito, bastante esclarecedor.
Me animei e também fiz um blog para mim.
biancamaretta.blogspot.com

Te amo Pai!

11:38 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Nossa! Muito útil, mas assustador. Eu uso panelas de aço inox para não usar aquelas com anti-aderente preto... Vou procurar alguma esmaltada que não contenha chumbo. Mas, será que dá para confiar na indústria?

11:53 PM  
Anonymous Anônimo disse...

...muito obrigada pelo esclarecimento,mas e as panela de aço carbono? serão tóxicas?
Por favor,responda.

3:20 PM  
Anonymous Anônimo disse...

...e as panelas de aço carbono,que visam substituir o teflon?
São tóxicas?

3:22 PM  
Blogger Dione disse...

Não sou o melhor conselheiro nessa área, apenas reproduzi o artigo. Mas o que posso dizer é que ligas como o aço podem ser bastante estáveis em sua composição e liberar poucos minerais quando aquecidas. Assim, podem ser melhores que as panelas de alumínio, embora não se deva distrair com panelas de aço pois queimam alimentos facilmente.
No dia a dia, uso panelas recobertas com teflon, algumas de vidro e uma pequena frigideira de ferro esmaltada. Apenas mantenha as superfícies protetoras em bom estado e não se esqueça que nós somos o que comemos. Ao final os alimentos que escolhemos são mais importantes que as panelas em que os preparamos.

2:40 PM  
Blogger Unknown disse...

Genial!!!! Mas na verdde continua a duvida se compro uma panelinha de aço carbono esmaltado. Sei la se tem chumbo,ai

9:55 AM  

Postar um comentário

<< Home