quinta-feira, junho 17, 2004

Traduzindo.

Muitos termos de áreas científicas ou técnicas ficam sem tradução por dois motivos principais: primeiro, a pessoa que traduz nem sempre é boa conhecedora de uma das línguas envolvidas na tradução (geralmente a que lhe é estrangeira), e não procura o equivalente exato, ou pelo menos o termo mais adequado; segundo, o termo não existe mesmo na língua e é preciso criá-lo.
O primeiro caso é mais comum do que imaginamos. Por exemplo, o surto de gerundismo que assola nossos ouvidos é certamente um caso típico de tradução ruim. Um semi-alfabetizado em inglês traduziu ao pé da letra o "will be" usado como auxiliar e o "vai estar" espalhou-se pela nação (bastava traduzir apenas o verbo principal para o futuro do presente). O surto teve início nos tele-marketings da vida e hoje esse péssimo linguajar azucrina nossos ouvidos diariamente. (Quando um desses falantes do "vai estar" começa sua lenga-lenga telefônica, eu peço para falar direito ou desligo. Ninguém é obrigado a ouvir besteira, concordam?)
Mas, o caso que me ocorre no momento é o post. Coisinha chata de traduzir. No original, post deriva dos postos onde cavaleiros esperavam para dar continuidade ao transporte de correspondência, isso mesmo, o velho correio a cavalo. Esses postos são hoje as lojas dos correios, post office. De acordo com o espírito da língua inglesa, a adaptação funciona muito bem. Como a Internet foi usada inicialmente para a troca de mensagens entre pessoas, nada mais justo que usar um termo já existente para o ato de enviar uma mensagem eletrônica. No caso dos blogs, o termo tem o sentido do verbo post: colar um cartaz em local público.
No blog, o post é o texto, incluindo imagens, de cada tópico publicado. Pois é, tópico poderia ser uma boa adaptação, mas não me parece ainda o ideal.
Pesquisemos, então, um termo melhor, pois é talvez o único termo ainda por traduzir no meu template (modelo de página).
Voltaremos ao tema.

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